domingo, 15 de dezembro de 2013

O Medo de Beber a Cicuta


O grande filósofo Sócrates, que por saber que de nada sabia, era o mais sábio dentre todos, foi a julgamento acusado de "corromper a juventude" da época. Ensinou-lhes a pensar e a não acreditar em tudo que lhes era dito pelas autoridades. 

Mesmo contra a vontade de seus alunos e amigos, Sócrates preferiu a morte! Poderia, indubitavelmente, ter escapado, mas seguiu sua sina. Manteve intacta sua honra. Foi seu último ensinamento para seus discípulos.

A preferência de Sócrates pela cicuta (veneno) tinha a sua lógica muito simples, mas que não é qualquer um que é Homem para seguir: Se eu tenho duas escolhas de caminhos a seguir, e em um deles, eu sei onde vai dar (e não é num lugar bom), e no outro, desconheço o seu final, ora... Que se escolha o que é desconhecido, pois pode ser que algo bom espere ao seu final.

Para o filósofo, permanecer naquele mundo, naquele momento e naquelas circunstâncias, era algo muito ruim. Seria como dar a vitória para as autoridades que o condenavam. Beber a cicuta, por outro lado, seria dar um passo a um destino incerto, pois não se sabe o que vem depois. Para ele, muito mais sábio seria seguir um caminho cujo destino poderia ser bom, à permanecer em um que não seria jamais.

Quando falo em Monarquia para as pessoas e quando elas se dão ao trabalho e interesse de ouvir, muitas delas mostram-se bastante interessadas! Todavia, muitas demonstram medo de uma mudança tão grande no Brasil. Simplesmente elas não usam a lógica de Sócrates. Se a república no Brasil já deu o que tinha que dar; se ela já se mostrou ineficiente após quase 125 anos, e se, PRINCIPALMENTE, não vislumbramos horizonte nenhum de mudança, por que não seguir por outro caminho cujo destino não sabemos onde vai dar? Uma coisa parece-nos certa, a nós, que conhecemos o Brasil Império menos deturpado pela ideologia republicana: com todos os pontos negativos possíveis acontecendo, ainda não ficaríamos em pior situação que a república. E as chances de voltarmos a darmos certo é muito grande. É preciso que uma geração que nasça no Império, chegue aos seus 25 anos e possa comparar os dois tempos. Nada mudará em 4 anos. Mas em 25, já veremos os primeiros frutos. Tenho certeza que a república não teria mais vez.

Portanto, que o ensinamento de Sócrates chegue até nós, brasileiros! Que possamos conversar com as pessoas e contar essa história do filósofo que preferiu a possibilidade de mudança à permanência do caos! É um argumento interessante e que pode ser resumido na seguinte pergunta:

"Se você tivesse uma escolha entre dois caminhos: 
um você já sabe que é ruim, e o outro você desconhece, por qual você seguiria?"

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

REFLEXÕES SOBRE O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - 20 DE NOVEMBRO.

 
 
REFLEXÕES SOBRE O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - 20 DE NOVEMBRO.
 COMO É POSSIVEL HONRAR UM ASSASSINO?


Já havia escrito sobre o tema, mas escrevo de novo, sabendo que malhar em ferro frio não resolve e que infelizmente os meus irmãos negros brasileiros nunca protestaram pela escolha de ZUMBI como patrono.

  
No dia 20 de novembro, por força de Lei, o Brasil comemora o “Dia da Consciência Negra” e recorda a figura de Zumbi dos Palmares, como sendo um líder e defensor dos negros escravizados no Brasil. Infelizmente sabe-se muito pouco sobre a verdadeira história de Zumbi – cogita-se até que seu nome correto seja Zambi –, mas é certo que ele viveu no século XVII, em pleno período colonial.  E a história diz que quem viveu próximo do poder no século XVII tinha escravos, e, sobretudo quem liderava algum povo de influência africana. Alguns autores e estudiosos levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói do Quilombo dos Palmares e sim seu tio, Ganga-Zumba: "Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia”.

  
   Segundo esses autores, Ganga Zumba teria sido assassinado por Zumbi, após o que os negros de Palmares o elevaram a categoria de chefe: "Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo”.. Seu governo também teria sido caracterizado pelo despotismo: "Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo". Hoje, Zumbi esta sendo considerado o maior herói negro da história do Brasil, o homem em cuja data de morte – 20 de novembro de 1695 - se comemora com várias solenidades em muitas cidades do país como o Dia da Consciência Negra. Entretanto, será que é heroísmo para os movimentos negros brasileiros, que uma pessoa como Zumbi, que mandava capturar escravos de fazendas vizinhas para que eles trabalhassem forçados, como escravos, no Quilombo dos Palmares?

 
   Por outro lado, Zumbi também sequestrava a mulheres, o que era raro nas primeiras décadas do Brasil, e executava a todos aqueles que quisessem fugir do quilombo. E porque poderiam querer fugir, se ali tinham a “liberdade”? Essa informação talvez possa parecer ofensiva para algumas pessoas hoje em dia, a ponto de preferirem omiti-la ou de censurá-la em seus escritos ou discursos, mas na verdade trata-se de um dado óbvio, demonstrado que Zumbi tinha escravos negros.

 
    A cada dia que passa, eu fico mais perplexo com o que vejo relacionado com intolerâncias de todos os tipos – sociais, politicas, religiosas, sexuais e até raciais. E quase que diariamente a mídia nos acena sobre essas intolerâncias, o que me faz lembrar as palavras de José Saramago ao receber o Premio Nobel de Literatura em 1998: "(Esta) é uma sociedade esquizofrénica que tem a capacidade de enviar instrumentos a outro planeta para estudar a composição de suas rochas, mas permanece indiferente ante a morte de milhões de personas. Ir a Marte parece mais fácil que ir até o próximo".

 
    É triste, mas se realmente fossemos e nos comportássemos como seres humanos, todos os dias deveriam ser dedicados à consciência humana, e que todas as comemorações deveriam ter conotações de que a solução para todos os tipos de intolerância é uma verdadeira prioridade. Mas isso não acontece no Brasil, e no dia 20 de novembro, por falta de conhecimento e consciência, o governo estará celebrando o “Dia Nacional da Consciência Negra”, com comemorações em todo o país, já que por incompetência dos nossos governantes e políticos em geral, não existe uma consciência nacional. E para cumulo do absurdo, a figura central que impuseram para essa comemoração é o “mestre Zumbi dos Palmares”, que, nesse mesmo dia do ano de 1695, foi assassinado. Assim, por ignorância da história e de quem foi Zumbi, surgiu como um ícone da resistência do povo negro e da luta contra a escravidão, um negro escravagista e que matava negros sem piedade.

 
  Celebrar a memória de Zumbi dos Palmares viria ser a resposta dada pelos organizadores, para lembrar que a abolição foi um processo inacabado e que só seria plenamente terminado pela pressão do movimento negro. O Dia da Consciência Negra viria a ser então o fruto do movimento negro brasileiro para questionar a vertente histórica que marca o fim a escravidão como sendo o dia 13 de maio, com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888.  Sugere-se também que a Lei Áurea não trouxe uma verdadeira libertação, pois apesar da legalidade da alforria, indicam o surgimento de outras formas de opressão e de negação do direito à cidadania dos negros. Isso porque os mecanismos de exclusão assumiram facetas diferenciadas, como não darem o acesso dos negros à educação, ao emprego renumerado, à moradia digna e outras de beneficio à população em geral, que já existiam no século XIX.

 
   Na realidade, em parte, isso é certo, mas são muito poucos os que têm a coragem de afirmar a verdadeira história e de que foi a República, proclamada sob a mira de fuzis e como uma revolução militar, a grande culpada pela exclusão dos negros. Foi a república que os rejeitou e que destruiu todos os programas de integração dos negros na sociedade e na economia, elaborados com a orientação da Princesa Isabel, e que deveriam ser realizados.

 
   Devemos nos lembrar também que em 22 de novembro de 1910, em pleno regime republicano, um levante de marinheiros agitou o Rio de Janeiro, quando cerca de dois (2) mil negros, liderados por João Cândido Felisberto, tomaram dois navios de guerra, apontaram seus canhões para a sede do governo e exigiram o fim dos castigos corporais que eram aplicados. O protesto durou uma semana e surpreendeu a Marinha e a elite branca dominante, que foram obrigadas a ceder às exigências. João Cândido, nascido em 1880, era filho de ex-escravos e aos 14 anos entrou para a Marinha Brasileira, que na época era composta por 50% de negros, 30% de mulatos, 10% de caboclos e 10% de brancos. A maioria dos marinheiros era composta por homens pobres, filhos de escravos, que recebiam salários irrisórios e eram constantemente humilhados pela minoria branca. Somente aí que é que a chibata – símbolo da escravidão, abolida há 22 anos – mas ainda vigente na marinha republicana do Brasil, foi então proibida e os revoltosos anistiados.

 
  Foi com gritos de “viva a liberdade” que os marinheiros negros comemoraram a vitória contra o racismo e a exploração. Entretanto, um mês depois, o então presidente da república, o Marechal Hermes da Fonseca, traiu os compromissos e partiu para a revanche, ordenando a prisão dos 18 negros líderes do movimento, entre eles João Cândido, o “Almirante Negro”, que foram detidos e torturados na Ilha das Cobras.  Assim procedia a republica do Brasil que só beneficiou as elites e não o povo. Lembro que o horror das masmorras da marinha brasileira levou a João Cândido ser internado no Hospício Nacional de Alienados para exames de sanidade.
 
 
   Depois de solto, João Cândido quem é um verdadeiro herói dos negros, passou a viver como vendedor de peixes no Rio de Janeiro, onde morreu em 1969, aos 89 anos, doente de câncer, sem sua patente militar e na miséria. Somente depois de morto é que seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria. Tudo isso aconteceu na república, pois as elites não perdoaram a monarquia por ter abolido a escravidão, e foi a República que nada fez pelos escravos libertos pela Princesa Isabel, e os manteve vivendo num submundo e explorados.


Drº Alberto Rosa Fioravanti
Conselheiro Vitalício - CMB

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A FARSA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA



"É triste saber, que como resultado de uma disputa amorosa entre Deodoro da Fonseca e Silveira Martins, tenha sido decisiva no golpe de Estado de 1.889 "



   É triste saber que, como eu fui, hoje os nossos filhos e netos são enganados com a história da Proclamação da República, dessa República que se aproveita do povo, que compra votos e não cura a miséria. Os textos escolares não ensinam, mas a mídia da época indica que a despeito da intensa propaganda republicana, a ideia da mudança de regime político, de monarquia para república, não ecoava no país, pois em 1884, apenas três republicanos foram eleitos para a Câmara dos Deputados; na legislatura seguinte, apenas um e na última eleição realizada no Império do Brasil, a 31 de agosto de 1889, o Partido Republicano só elegeu dois deputados.

   Como não conseguiriam realizar seu projeto pelo voto, os republicanos para concretizar suas ideias optaram por um golpe militar, procurando capitalizar o descontentamento das classes armadas com o governo civil do Império. Como precisavam de um líder de prestígio na tropa, para levar a efeito seus planos, se aproximaram de Deodoro (um “ingênuo”) procurando seu apoio para um golpe de força contra o governo imperial. Isso foi difícil, pois Deodoro era de convicções monarquistas, era amigo declarado do imperador Dom Pedro II e lhe devia favores.

   Em 14 de novembro de 1889, os republicanos fizeram correr o boato, absolutamente sem fundamento, de que o governo do primeiro-ministro visconde de Ouro Preto havia expedido ordem de prisão contra o Marechal Deodoro e o líder dos oficiais republicanos, o tenente-coronel Benjamin Constant. Tratava-se de proclamar a República antes que se instalasse o novo parlamento, recém-eleito, cuja abertura estava marcada para o dia 20 de novembro. A falsa notícia de que sua prisão havia sido decretada foi o argumento decisivo que convenceu Deodoro finalmente a levantar-se contra o governo imperial. Pela manhã do dia 15 de novembro de 1889, o marechal reuniu algumas tropas e as pôs em marcha para o centro da cidade, dirigindo-se ao Campo da Aclamação, hoje chamado Praça da República. Penetrando no Quartel-General do Exército, Deodoro decretou a demissão do Ministério Ouro Preto – providência de pouca valia, visto que os próprios ministros, cientes dos últimos acontecimentos, já haviam telegrafado ao Imperador, que estava em Petrópolis, pedindo demissão. Ninguém falava em proclamar a República, tratava-se apenas de trocar o Ministério, e o próprio Deodoro, para a tropa formada ante o Quartel-General, ainda gritou "Viva Sua Majestade, o Imperador!

   Enquanto isso, em vista dos acontecimentos, Dom Pedro II reuniu o Conselho de Estado no Paço Imperial, aceitou a demissão do visconde de Ouro Preto e iniciou a organizar o novo Ministério.  Os golpistas, para convencer a Deodoro romper os laços com a monarquia, na noite do dia 15, o informou que o novo primeiro-ministro, escolhido pelo Imperador, era Gaspar Silveira Martins, correligionário do visconde e político gaúcho, com quem o Marechal não se dava por conta de terem disputado o amor da mesma mulher na juventude.

   A História oficial não diz, mas foi por causa de uma mentira e uma dor de cotovelo que nasceu a República do Brasil e o irresponsável Deodoro derrubou o regime, desrespeitou a Constituição e fechou o congresso. Pelo erro de Deodoro vemos os absurdos da república de hoje!




Drº Alberto R. Fioravanti
Conselheiro Vitalício do CMB


Artigo publicado em 15 de novembro de 2013 no jornal “O Diário” de Campos dos Goytacazes.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

À Princesa D. Isabel

"Se tudo o que está acontecendo hoje é por causa
da lei que assinei, ainda assim assinaria de novo!
(Princesa D. Isabel, logo após o golpe republicano)

Há 92 anos, o Brasil perdia uma grande cidadã!

Aos 04 anos de idade, a Princesa D. Isabel, filha mais velha do Imperador D. Pedro II, era aclamada a Herdeira do Trono Brasileiro! Aos 14 anos, a Princesa jurou a Constituição Imperial e teve a oportunidade, anos à frente, de governar o Brasil por três vezes, quando se tornou regente do Império na ausência de seu pai.

A D. Isabel morreu um dia antes de mais um aniversário do golpe republicano. Talvez tenha sido até uma espécie de Providência, para evitar mais um dia de lembrança dolorosa do fatídico 15 de novembro de 1889. Apesar de que, tenho certeza que as más lembranças, assim como as boas, não as deixava em paz independente do mês.

D. Isabel foi uma mulher valorosa, que estava à frente de seu tempo. Idealizou o voto feminino e lutaria por ele se os golpistas tivessem suportado a abolição da escravidão sem indenização, aprovada e assinada por ela no ano anterior ao golpe. De coração que não cabia em seu peito, lutou arduamente pela causa abolicionista, facilitando, inclusive, o acesso a cargos políticos às pessoas que fossem favoráveis à abolição.

Teve uma educação voltada para os negócios de Estado, pois na ausência de um Herdeiro varão, D. Pedro sabia que precisava educá-la para receber todas as responsabilidades de governante e Chefe de Estado. Dizem que certa vez a Princesa, ainda menina, em meio à uma multidão de gente, pergunta ao pai:

- Papai, todos eles um dia serão meus?

Ao que D. Pedro responde sabiamente:

- Não Isabel! Um dia, você pertencerá a todos eles!

O 15 de novembro (hoje comemorado como feriado Nacional), foi duro para a Princesa, que não entendia como pessoas tão próximas ao Imperador, podiam ter tramado aquela indecência, aquele Golpe de Estado. A dor do banimento a afetou. Foi embora triste, mas firme de que fez pelo Brasil o seu melhor! O banimento da Família Imperial só foi revogado na década de 1920, mas a Princesa D. Isabel nunca pôde fazer a viagem de volta à sua terra natal. Estava muito velhinha para isso. Passou pela morte do pai, da mãe e de dois filhos; morrendo pouco antes que seu esposo, o Conde D'Eu, que também não conseguiu chegar ao Brasil, tendo morrido no Oceano, na viagem de volta.

Assim como D. Pedro II, a Princesa D. Isabel merece sua retratação histórica. Pessoas sem muito conhecimento ainda disparam suas inverdades nascidas de um ensino doutrinatório. Hoje a Princesa tem um processo aberto de beatificação na Igreja Católica, ou seja, ela é vista como uma mulher que levou uma vida digna de um cristão verdadeiro. Era inabalável em sua fé católica!

E essa é minha humilde homenagem a Princesa! Que Deus tenha guardado um lugar muito especial para ti, D. Isabel, pois és merecedora! E que a História um dia faça jus a tudo que representas!

Em Paris, 1906, assistindo ao voo do 14 Bis.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Do Ser Monarquista


           Este talvez seja o argumento mais difícil de ser explicado relacionado à Monarquia: Por que o Rei é Rei? E é sobre este assunto que proponho estas poucas linhas. Meu objetivo não é dar uma resposta concreta, única e inquestionável, mas a minha mais sincera opinião a esse respeito.

            Sempre que o assunto “Monarquia” vem à tona, algumas questões parecem ser inevitáveis aos brasileiros. Uma delas fruto de uma curiosidade; a segunda cheia de jocosidade (bem ou mal intencionada). “Quem seria o Rei no Brasil?” – Imperador, na verdade – costuma ser um dos primeiros pensamentos transfigurado em indagação por parte dos curiosos. “Por que ele e não eu?”. Essa segunda questão não é sempre que surge. Curiosamente ela só costuma aparecer quando o outro lado não está disposto a entender melhor do que se trata, ou a proporcionar a seriedade que o assunto merece. É justamente sobre essa segunda questão que este texto irá versar.

            “Rei” (do latim Rex) é um Chefe de Estado de uma nação, podendo ser, em alguns casos, também Chefe de Governo. Em séculos passados, era comum que as Monarquias fossem absolutistas (o poder era concentrado nas mãos dos monarcas), e isso terminou por fazer com que a maioria das pessoas desavisadas, pense que a única forma de uma monarquia existir é como aquela que eles estudaram no Ensino Médio. Como estamos falando sobre o sistema monárquico parlamentar constitucional (e é esse sistema que os monarquistas defendem para o Brasil), entendamos aqui o Rei como Chefe de Estado apenas.

            Um Chefe de Estado não é só um “enfeite” de uma Nação. Para tantos, a ideia de “poder” está ligada apenas ao exercício do governo, quando na verdade ignoram o poder de representação. Um Chefe de Estado tem muitas atribuições, e ser o símbolo de uma Nação, representá-la de forma suprapartidária são alguns dos poderes que o cargo lhe proporciona e que os súditos os confiam.  Segundo o pensador suíço Henri-Benjamin Constant de Rebeque (1767 – 1830), o Chefe de Estado deve ser detentor de prerrogativas constitucionais importantes, agindo com o máximo de imparcialidade possível. Seu pensamento acabou por tornar-se, segundo muitos, fundamento do parlamentarismo moderno.  Ora, mas se o Chefe de Estado deve ser imparcial, o que fazer com um representante máximo de uma nação que é filiado a um partido político? Que ideologicamente já está comprometido? Pois assim é um presidente... Ao acumular os dois principais cargos de um país (Chefe de Estado e de Governo), temos uma concentração de poderes que, nas mãos de alguém despreparado, se vira contra o seu próprio povo.

            Ao contrário de um presidente, um rei reúne em si muito mais características necessárias para se ser o Chefe de Estado, a saber: apartidário, preparado desde tenra idade para exercer tal função, reputação ilibada, seus súditos acompanham toda sua trajetória de vida, não depende de partidos políticos para manter o cargo, etc. “Mas não somos nós quem o elegemos!”. “O que o torna legítimo?”. “Por que ele e não eu?

            Ao meu ver, não se pode ser monarquista sem compreender e respeitar a Tradição. E aqui cabe bem uma definição poética do termo, advinda do Pe. Heitor Rossato: “Tradição, antes de tudo, é conhecer para amar.” Um país que respeita suas tradições, o faz porque seus cidadãos conhecem sua própria História. Conseguimos perceber claramente isso em países como Inglaterra, Estados Unidos, Japão, entre outros. Respeitar as tradições não quer dizer nunca mudar. Tradição não é empecilho para o desenvolvimento. Ter tradição é também saber mudar. Nunca jogar fora o que temos de bom e nunca abandonar uma qualidade, ainda que pudéssemos trocá-la por duas outras. “Cultura não se perde, se acumula”, já dizia um grande Professor.

            Pois bem, para responder as perguntas feitas nesse texto, precisamos partir de um pressuposto muito difícil de ser entendido por muitos: ser Rei não é privilégio, é fardo. Ser príncipe não é bônus, é ônus. Argumento muito difícil de ser explicado para alguém muito mais materialista do que espiritualista. É fato que o ser humano parece nunca estar contente com o que tem e sempre quer mais. Depois de muitas discussões com diversas pessoas a esse respeito, percebi que a principal repulsa deles para com a ideia de um rei, é o fato do rei “ter tudo” materialmente. É o fato dele ser “sustentado” pela Nação (repulsa essa mesmo quando o “sustento” desse rei, custa menos do que os políticos republicanos que os governa). Ora, o rei recebe um soldo pela função que exerce, nada mais natural. O fato de seu “cargo” ser vitalício, contribui para minimizar as chances de termos um rei corrupto (ele já tem tudo materialmente) e que busque pensar apenas nas próximas eleições e em manter seu cargo (como acontece no presidencialismo republicano brasileiro). Isto é tão bem pensado, que se pararmos para buscar histórias de reis corruptos (em monarquias constitucionais), não acharemos exemplos para citar. Quanto a políticos “comuns”, falta-nos, muitas vezes, exemplos positivos para citar.

            Enquanto o cidadão encarar com certo ciúme o fato dele não ser “rei” ou “príncipe”, não estaremos prontos para uma monarquia. É preciso grandeza de espírito para se compreender e aceitar que alguém, que não você, desempenha essa função. E isso nos leva a outra pergunta: e por que necessariamente ele? Bem... o melhor argumento que consigo apresentar no momento para essa situação também gira em torno da tradição. Não sei como os primeiros reis foram surgindo... Ou melhor, há várias formas desse surgimento, como por exemplo, a ideia de que aquele homem estava sendo iluminado por Deus, ou porque era a família mais importante da região... os motivos podem ser vários, mas o fato é que hoje a Monarquia é vista de outra forma. Sabemos que não é por “escolha divina” ou por serem os mais ricos do país (nem sempre são), mas por questões tradicionais. Vamos tentar explicar o caso brasileiro: por que os Orleans e Bragança?

            A família Orleans e Bragança (atual dinastia brasileira se fôssemos uma monarquia) tem ascendência nas mais antigas famílias reais do mundo. Apesar de nunca ter reinado (visto que os Orleans e Bragança surgiram da união matrimonial da Princesa D. Isabel do Brasil – Bragança; e do Conde D’Eu de Orleans, sendo seus descendentes os Orleans e Bragança), são remanescentes das mais nobres Casas Reais da Europa, tendo ligações diretas com, por exemplo, Hugo Capeto e Carlos Magno (estamos remontando aí ao século XI e VIII, respectivamente). Nossos ilustres imperadores, D. Pedro I e D. Pedro II, ajudaram a construir o Brasil que temos hoje. Com inúmeras provas de amor pela pátria, tivemos Imperadores que ajudaram, inclusive, a garantir a extensão territorial do Brasil.

            Até hoje, a nossa Família Imperial trata os descendentes desses ilustres personagens históricos, com os valores da tradição incrustados em sua família. Não são príncipes por escolha, mas por tradição. Querer mudar essa tradição depois de tanto tempo, é jogar fora a única coisa que temos enquanto povo: nossa História. E mais, por que trocar uma Família Imperial que tem em si os atributos da realeza, por outra que sequer saberemos de onde vem?  É isso que nossa Família Imperial faz: mantém a tradição.

            Outra explicação que se faz necessária e importantíssima, é sobre o fato de que, em primeiro momento, não são as pessoas (sejam reis ou rainhas) que são reverenciadas numa monarquia, mas sim os “cargos”! Curvar-se diante de um rei, não é curvar-se diante de um homem, é reverenciar e mostrar sinal de respeito a um povo... a uma Nação. Reitero que os pequenos de espírito não conseguem entender isso (foi o que percebi em minhas inúmeras discussões). Se Elizabeth II é, também, admirada, assim como o foi, por exemplo, D. Pedro II, é porque aos poucos foram conquistando os seus povos. O respeito e admiração pela pessoa surge aos poucos. Quando a sociedade acompanha o crescimento de um príncipe e vai, educando-o junto com sua família (elogiando ou recriminando suas atitudes desde a infância), vai-se moldando o caráter e a personalidade de quem um dia irá representar a todos. Por isso é tão comum, na coroação, o rei ou rainha já ser, pessoalmente, bastante respeitado por seu povo. Ao reverenciar um rei, reverencia-se a Nação, o seu passado brioso, as suas glórias, o seu próprio povo. Não é o D. Fulano, é o REI! 

           O Rei, portanto, é um símbolo nacional, tal como o Hino e a Bandeira. Ele é a Nação personificada; e para se ser monarquista, é preciso desapegar-se das vaidades e do egocentrismo, do contrário, seremos "monarquistas" com espírito republicano (no pior uso do termo).

O homem mais poderoso do mundo reverenciando o Imperador Japonês Akihito. Eis um exemplo de respeito. Obama, republicano oriundo de uma república que funciona, pois é calcada em suas tradições, mostra respeito ao que Akihito represente: o povo do Japão.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O PARLAMENTARISMO MONÁRQUICO


No parlamentarismo, todo o poder se concentra no Parlamento, que é, de fato, o único poder, pois advém do povo. Se o governo executivo discordar do Parlamento, a maioria dos deputados dissolve este governo.

Plenário da Câmara dos Deputados
 
 
      Em um regime parlamentarista, distingue-se o chefe de estado do chefe do governo. O chefe de estado simboliza a nação, mantem as tradições, garante o continuísmo e perenidade do Estado, mas não tem poderes administrativos. A Rainha da Inglaterra, por exemplo, reina, mas não governa: ela é a chefe do Estado. O chefe do governo é quem governa e administra. Ele é sempre escolhido pelo Parlamento, que pode destituí-lo. Após as eleições, o partido político ou a coligação que teve a maioria dos votos escolhe um Primeiro Ministro e os que vão ocupar os diferentes ministérios. Levam esses nomes ao Chefe de Estado, que os submete ao Parlamento.  Se os nomes forem aprovados pela maioria, esse ministério (Gabinete) será empossado e governará até que haja novas eleições (quatro ou cinco anos depois), ou até que perca a confiança da maioria parlamentar.

     No parlamentarismo, o Poder Executivo exerce suas funções como delegado da maioria parlamentar. Em um regime parlamentarista puro, só parlamentares podem ser ministros, e eles comparecem normalmente às sessões do Parlamento, dando contas de sua atuação e sendo interpelados por seus pares.

     As funções parlamentares são exercidas em sua plenitude por uma casa legislativa, no caso do Brasil – tanto Império como Republica- com uma Câmara de Deputados. Este poder não pode ser dividido com outra casa legislativa que não tenha as características populares do Parlamento. No Reino Unido, por exemplo, existe a Câmara dos Lordes, que assim como o Senado aqui o era, tinha por premissa a correção, a proposição, e ate o embargo das leis; mais não na elaboração das leis.

 

O PARLAMENTARISMO no BRASIL-IMPÉRIO
 

Depois de um período conturbado no Império, onde o Exercito e a Armada Imperial debelaram várias tentativas de dividir a nação em Republicas ( como estava acontecendo no restante da América Latina ) a Monarquia brasileira caminhava para a estabilização. Em 1847, um decreto estabeleceu o cargo de presidente do Conselho de Ministros, indicado pessoalmente pelo Imperador. Muitos historiadores consideram que aí se inaugurou o sistema parlamentarista no Brasil.

    No parlamentarismo, o Poder Executivo é exercido pelo Primeiro- Ministro, que é quem governa com o apoio do Parlamento, da Câmara. Assim, quando o Parlamento retira seu voto de confiança, o gabinete de Ministros automaticamente apresenta sua renúncia. O poder maior é, portanto, do Parlamento, do qual depende a permanência ou não no Governo do Primeiro- Ministro.

   O sistema parlamentarista implantado no Brasil, durante o reinado de D. Pedro II, inspirou-se no modelo inglês. No entanto, o modelo brasileiro trazia algo novo, porque diferentemente da Inglaterra, não era o Legislativo que nomeava diretamente o Primeiro Ministro. Na Inglaterra realizavam-se primeiramente as eleições para a Câmara. O partido que possuísse maioria escolhia o Primeiro-Ministro, que formava o gabinete de ministros, passando a exercer o Poder Executivo.
   No Brasil, ao contrário, era o Poder Moderador, exercido por D. Pedro II, que escolhia o Presidente do Conselho de Ministros, oriundo do partido que tivesse maioria na Câmara.  Por sua vez, o Primeiro - Ministro indicava os demais ministros para formar o Ministério, que ai sim deveria ser submetido à aprovação da Câmara. Em caso de discordância entre o Ministério e a Câmara, cabia ao Imperador ser o fiel da balança e decidir se demitia o Ministério ou dissolvia a Câmara. Com base no Poder Moderador podia, após ouvir o Conselho de Estado, dissolver a Câmara e convocar novas eleições. Da mesma maneira poderia demitir o Primeiro - Ministro e todos os outros Ministros.

   Assim, no Parlamentarismo brasileiro tanto o Poder Executivo, quanto o Legislativo, permaneceram sob a contínua moderação através das mãos do Imperador, que o exercia com o seu conselho, levando à centralização político-administrativa do Império e ao fortalecimento da autoridade do Governo do Estado.
   Numa época que incertezas, golpes e governos caudilhescos revezavam-se nas dezenas de republicas originarias das partilhas das terras do então Império Espanhol, entre os poderosos e entre aqueles que tinham mais armas, o moderno sistema parlamentarista monárquico do Império Brasileiro, dava ao povo brasileiro, uma era de progresso, desenvolvimento e soberania. Os Partidos, liberal e conservador, passaram a disputar a Presidência do Gabinete dos Ministros, alternando-se no Governo. O rodízio no poder entre liberais e conservadores impunha a eles uma responsabilidade única: a de exercerem com probidade, destreza, buscando o melhor pro país!! Afinal, tinham o seu trabalho supervisionado diuturnamente pelo Poder Moderador e também por seus pares, tanto na Câmara como no Senado.


Exatamente o modelo que precisamos hoje!
 

    Hoje, temos um sistema eleitoral viciante e corrupto. Dos mais de 500 deputados federais, menos do que 10% estão lá através do voto direto, sendo que a massa restante entra pela regra de proporcionalidade! Temos um Estado de joelhos perante o Executivo, da mesma maneira que os demais poderes constitucionais não usufruem de nenhuma autonomia – vide o nosso parlamento, que se tornou apenas um autenticador das medidas provisórias-; igualmente o poder judiciário que é obrigado a sujeitar-se não a constituição e ao direito, mais sim a ideologia imposta.
   Chega de vivermos colhendo os frutos do golpe 1.889!! Precisamos dar um basta nessa história!! Como vimos, apenas através da articulação e fiscalização do Poder Moderador, exercido por alguém abnegado ao servir e probo, os poderes terão autonomia, e num sistema interdependentes poderão exercer aquilo pelo qual o colocamos lá: trabalhar em prol do Brasil !!

 

VIVA O IMPÉRIO DO BRASIL !!!
 
#conselheiroFelipeRocha

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Quanto custa uma Monarquia?


Saudações Monárquicas!

Eu sou Rodrigo Cavalcanti (Sensei) e estou aqui para tentar combater mais um mito acerca da Monarquia.

É comum, em rodas de conversas sobre o tema, ouvir pessoas dizendo que não querem uma Monarquia para o Brasil, pois não vão sustentar um Rei ou uma Família Real. Muitos não percebem que, muito mais valioso (e econômico) seria exercer o papel de um súdito/cidadão que deposita sua confiança em alguém realmente preparado para sua função, do que agir como verdadeiros bobos da corte, sustentando um regime corrupto e que não contribui com o desenvolvimento do país.
Será que estou exagerando? Bem... vamos aos dados!

Vocês sabiam que a Monarquia mais cara do planeta é a Britânica? Sim, meus caros, ela custou (a citar como exemplo o ano de 2006) aos súditos ingleses: US$ 73.357.482,00 (73 milhões, 357 mil e 482 dólares). Isso dá US$ 1,21 per capita ao ano. Ou seja, durante um ano, cada súdito britânico contribuiu com 1 dólar e 21 cents.

Sabe quanto custou apenas a presidência e a vice-presidência da república do Brasil num período ainda mais curto de tempo (entre 01 de janeiro de 2006 até 05 de setembro do mesmo ano)? Segundo dados do site Contas Abertas , obtidos diretamente do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), a função máxima do nosso Executivo custou a bagatela de US$165.012.826,00 (isso mesmo! 165 milhões 12 mil e 826 dólares), o que dá US$1,34 por brasileiro. [ATENTEM para um detalhe, no Reino Unido há aproximadamente 60,6 milhões de habitantes -2007-, enquanto no Brasil 184 milhões de pessoas).

Quer mais? Ok! A Coroa dinamarquesa custou US$ 15.650.879,00 , enquanto a sueca: US$ 23.298.425,00. Ou seja, somando os gastos dessas três Coroas europeias (2006, reitero) chegamos ao montante de US$ 112.306.786,00. Isso ainda é 32% A MENOS  do que o governo brasileiro gastou em 8 meses e 5 dias.

Além de todo o mar de corrupção que assola o país, os famosos Cartões Corporativos ajudam a fazer um rombo aos cofres públicos. Além dos maiores gastos, tapiocas e água de coco  já foram itens comprados com nosso dinheiro pelos parlamentares. Vale lembrar que este ano, o governo ainda não divulgou nada do que foi gasto desde que a nova presidente assumiu o governo. (Obs: texto escrito em 2011, mas ainda extremamente atual).

Pois bem, finalizo aqui esta postagem com a seguinte mensagem: 
Temos uma outra opção! E ela custa bem menos! 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

ESTADO LAICO - "Ser ou não ser, eis a questão"...


Quantas vezes ouvimos e presenciamos debates calorosos, vez ou outra até desagradáveis , sobre o tema?  Quantas vezes não o chamaram de “conserva reacionário coxinha fundamentalista religioso” ou então “ ateu modinha caviar de buteco"

         Mas o que realmente me incomoda , não é o fato das pessoas digladiarem-se em busca do "Santo Graal" do tema; mas sim a falta de qualquer conhecimento minimamente básico sobre o tema discutido, o que leva sempre a extremos. 
        O termo “laico”  tem sua origem etimológica no Grego “laikós” que significa “do povo”.  O laicismo é uma doutrina que defende a ausência de qualquer obrigação (e não necessariamente obrigatório a ausência!) de caráter religioso (independentemente da visão particular de cada um sobre o que seria religião) nas instituições governamentais. É uma posição que visa a laicidade, ou seja, a não intervenção da religião no Estado.  Tanto quanto do Estado na religião.
        Quando fala-se em Estado Laico, trace a ideia da neutralidade – e não do parti ou antipartidarismo - sobre questões religiosas.  Deve haver liberdade para os cidadãos manifestarem a sua fé religiosa, qualquer que ela seja, sem que haja controle nem  imposição de uma religião específica.  Tanto pouco interferência sob quaisquer alegação “social”.  
        Bom, dito isso, virão alguns apontar-me o dedo, mandar-me à inquisição, pegarão em tochas e antes de amarrarem-me num tronco pra ser queimado, alumiar a noite, gritarão a plenos pulmões, pro Facebook, Twitter, Youtube, e até pro falecido Orkut ouvir : "BRUXO, HEREGE ANTI-CRISTO !!! " (rssrsrs .   Não , não sou ateu,  sou protestante reformado, e sim, defendo completamente o Estado Laico!!
       Como dito anteriormente, num Estado Laico, nenhuma religião tem predominância - num país continental tal qual o Brasil, impor uma religião "oficial" em pleno século XXI seria no mínimo uma imprudência, afinal segundo o último levantamento do IBGE, cerca de 85% da população declarou-se cristã (ao que em torno de 60% de católicos - praticantes ou não - e 40% de protestantes) algo em torno de  13 a 14% divididos em várias outras religiões – islamismo, judaísmo, budismo, etc -  e um número bastante inexpressivo (estatisticamente) de ateus e afins, o que demonstra no mínimo, que faltaria Quórum pra ter-se uma média da religião mais professada, pois impossível é separar e quantificar precisamente "praticantes" de "simpatizantes" ou "acomodados". Porém esse fato pra muitos, demonstraria a necessidade (ou até a obrigatoriedade) de termos um Estado Confessional, pois segundo muitos o dizem, as raízes brasileiros estão TODAS fundamentadas numa única religião, e por isso só, TODOS os brasileiros deveriam admitir a mesma fé (fé essa que é algo além de religioso, é também filosófico e psico-comportamental, dizendo respeito tão somente a quem a professa).
        Muitos, ainda na justificativa de um hipotético Estado Pró Religioso, alegam (embora não sem justificativa) que vivemos num Estado Anti-Religioso. Porém cabe aqui alguns fatos que fogem ao conhecimento de muitos: Na explicação acima do que seria Estado Laico, um dado extremamente importante passa desapercebido da maioria – ignorância essa partilhada igualmente entre defensores dos extremos; do Confecional ao Anti-Religioso –  o Estado Laico é o único que permite debates – ou a abstenção dele - sobre qualquer que seja o tema

     Isso porque quando versa-se sobre o tema religião,  seria necessário também uma análise do que de fato venha a ser; tenho aqui uma definição de religião e já voltamos ao cerne do artigo:

Religião é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais. Muitas religiões têm narrativas, símbolos, tradições e histórias sagradas que se destinam a dar sentido á vida ou explicar a sua origem, do universo e seu fim . As religiões tendem a derivar conceitos (próprios) da moralidade, da ética, das leis religiosas e de estilos de vida, enraizado em suas ideias sobre o cosmos, a natureza humana e a presença ou a ausência de uma divindade.
     
       Voltamos. A instituição do Estado Laico não separa apenas o organismo Religião do Estatal; mas sim impõe que o Estado não seja DOUTRINADOR; não tenha preferências politicas, partidárias nem oligárquicas; afinal etimologicamente traz o significado que impõe que o Estado seja DO e PARA o povo, e não pra grupos ideológicos, religiosos, políticos ou econômicos.  Juntando a isso o entendimento de que o termo religião é muito mais abrangente do que imaginado, passaremos a entender que pra muitos, conceitos e estruturas politicas, tais quais o comunismo, nazismo e outros "ismos" também podem ser considerados religião. Afinal, cada um pode acreditar no que quiser!  Por exemplo, num Estado de fato Laico, alguns absurdos impostos pela máquina doutrinária governamental,  seriam refutados antes mesmo de serem apresentados; um exemplo disso é a doutrina marxista atualmente imposta pelo MEC, ou então o culto imoral ao nu, imposto pelo tal ministério da cultura, ou ainda, as mentiras em formato de pseudas realizações do governo, que nos são impostas pelo Ministro Goebbels........ ops, Ministério da Propaganda "Oficial"...


     Vale ressaltar que um Estado Secular não implica a eliminação da religião; o Estado Laico deve garantir a liberdade religiosa, respeitando os traços religiosos culturais e da tradição do povo. A fé e a descrença são direitos naturais inalienáveis ao ser humano e não se relaciona com a noção de Estado. Estado Laico não pode, em nenhuma hipótese, nortear suas decisões, em qualquer dos poderes, por alguma doutrina religiosa, seja qual for; tais decisões são norteadas sempre pela lei, nunca por posições religiosas, filosóficas e pessoais.



     Não teríamos, por exemplo, de ter que aprender sobre algumas religiões específicas, que satisfazem o politicamente correto imposto, em especial as que tem por origem do ou no período escravista, em nome de uma pseuda cultura (porque se formos obrigados a estudar algo de forma tão específica, como por que não aumentar a abrangência e estudar também sobre Flavio Josefo, Maomé ou Santo Agostinho?).

  Se passássemos a entender esse fato a fundo, teríamos ferramentas mais que suficientes pra combater a doutrinação imoral imposta aos nossos filhos;  apoiando o Estado Laico de fato, forçaríamos esse Estado a deixar de ser intervencionista, respeitando a liberdade individual e de escolha; imporíamos limites a esse Estado absurdo narco-fascista (e com fortes tendências ao comunismo); abriríamos de fato espaço pra discutirmos a república golpista imposta, e todo o seu positivismo que vem na garupa!!!  E trazendo especificamente esse fato a realidade da luta pela conscientização da importância vital a nação da Restauração do Império  Brasileiro, num sistema monárquico parlamentarista, aliado a um sistema de governo federalista pleno,  teríamos um aliado importantíssimo: teríamos o foco na forma de Estado e do sistema de governo , ao invés de nos concentrarmos em questões periféricas e de caráter intimo e pessoal; fatos esses que são mais que suficientes pra vencer-se qualquer debate, afinal apenas através do poder Moderador exercido pelo representante do Estado, torna possível a autonomia plena e a pacificação entre os poderes, o que permitiria as reformas que o Brasil tanto precisa, afinal por mais que os interesses político-partidários continuaram a existir, seus poderes oligárquicos estarão enfraquecidos, pois não conseguiram impor-se ao Estado; serão impostos por ele! E lembrando, o monarca não tem coligações, o que o coloca acima dos interesses partidários, restando a ele o interesse pela perenidade e continuísmo desse Estado, afinal serão seus descendentes que ascenderão ao trono.  
      
       E pra terminar esse ensaio, fica uma última consideração a nós monarquistas: o Estado Absoluto já não existe mais!!! Então afirmações tais qual Luiz XIV fazia "L'État c'est moi" (O Estado sou eu!) não cabem no nosso discurso e realidade! Afinal, numa monarquia parlamentarista, o imperador REPRESENTA o Estado, estando subordinado a Constituição tal qualquer outro cidadão!! Ou seja, o imperador terá assegurado tal qual qualquer outro cidadão o direito a opinião, só que essa opinião, fruto de entendimento pessoal, filosófico e até religioso, não será propagandeado como Decreto Imperial!! Ninguém será obrigado passar a pensar igual!!

      Quando entendermos de fato essas questões, passaremos a lutar mais com foco e seriedade, e com toda certeza, galgaremos lugares nunca antes imaginados..... a Restauração do Império não pode ser vista como uma utopia; a esperança e luta por e pelo Ideal devem fazer parte da vida de cada monarquista; tal como uma marca indelével em cada coração, em cada peito!!! Avante monarquistas, o Império depende de vós !!!


#ConselheiroFelipeRocha

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A atual Petrobrás e a República


Saudações Monárquicas!

Quando vi essa imagem ontem pela tarde, cheguei a duas conclusões: a primeira, que a Petrobrás, uma empresa que em tese é pública (e tudo o que é "público" no Brasil-república atende ao interesse privado), que controla a extração, o refino , a distribuição e até a comercialização, e que NÃO tem qualquer concorrente, consegue estar à beira da falência, sobrevivendo de dinheiro do tesouro e de marketing... ah sim, a primeira coisa que me veio a cabeça foi sobre o marketing dela, que é muito bom por sinal. O vídeo da descida até as profundezas do oceano é de fato emocionante, o que pra nós, pobres mortais, é um alento, porque se ela continuar a ser administrada pra fins eleitoreiros como vem sendo, fatalmente falirá, e então poderemos ao menos ter uma boa agência de publicidade!! 


A segunda coisa que me ocorreu, é que eles propositalmente - arriscaria em dizer! - deixaram uma mensagem codificada nessa imagem, que retrata bem a realidade dessa res-publica caudilhesca: estamos no fundo (só não sabemos do que nem onde), lugar escuro e frio, com uma pressão gigantesca, sufocante e asfixiante, e sem perspectivas de voltar a superfície.... Esse é o mais fiel retrato da República golpista a qual nos foi imposta!!! 

Se você não aguenta mais essa realidade, uma só é a saída: a reforma ampla e geral de todo o sistema vigente, tributário, judiciário, executivo. E sinto informá-lo(a) que NUNCA no atual sistema tal reforma terá êxito; afinal um "cão não morde a mão que o alimenta"; a única saída democrática e moderna é a Restauração do Império Brasileiro, com um sistema administrativo federalista e com um Estado Soberano de fato !!!

#ConselheiroFelipeRocha

Quem somos?



QUEM SOMOS ( Peça integrante do nosso Estatuto)

O Círculo Monárquico Brasileiro - CMB, nasceu com a necessidade de tornar o movimento monárquico numa organização com fins a restauração da Monarquia Parlamentar e Constitucional do Brasil.


Somos uma organização com representatividade em todo o território nacional. Reconhecemos a casa imperial, tendo como atual chefe, Dom Luiz de Orleans e Bragança, como detentores da coroa....

Temos como princípio, a ética, a moral, os bons costumes, o cavalheirismo, o respeito as tradições e a vontade democrática legitima do povo, afinal, a monarquia parlamentarista, tendo como base a defesa intrínseca da vida, tem como primordial oficio a representativa dos ensejos da população.

Temos como sistema organizacional, os núcleos, as regionais e chancelaria nacional, moderadas por um grande conselho. Não vemos a monarquia como algo intangível ou apenas histórico, e acreditamos que na atual conjuntura dos fatos, o povo já clama por seu Imperador, só ainda não percebeu!

§ 1º – Somos um movimento político, mas suprapartidário; tradicional, mas laico; democrático no exercício pleno de suas atribuições e rígido no trato com políticos; moderado, mas não imparcial; reconhecendo legitimidade, mas sem bajulações ou busca de privilégios; concordando com o senso comum, mas sem radicalismos; apresentando soluções para todos os assuntos, excetuando o que for irrelevante à causa.

§ 2º – Reconhecemos a legitimidade Dinástica dos descendentes do filho da Princesa Isabel do Brasil, Dom Luiz Maria Philippe Pedro de Alcântara Gastão Miguel Gabriel Raphael Gonzaga de Orleans-e-Bragança, Príncipe do Brasil, Príncipe de Orleans-e-Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, cognominado “Príncipe Perfeito”, e reconhece seu neto como o atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, na pessoa do Príncipe Dom Luiz Gastão Maria José Pio Miguel Gabriel Raphael Gonzaga de Orleans e Bragança e Wittelsbach, e seus sucessores legítimos.