terça-feira, 8 de outubro de 2013

ESTADO LAICO - "Ser ou não ser, eis a questão"...


Quantas vezes ouvimos e presenciamos debates calorosos, vez ou outra até desagradáveis , sobre o tema?  Quantas vezes não o chamaram de “conserva reacionário coxinha fundamentalista religioso” ou então “ ateu modinha caviar de buteco"

         Mas o que realmente me incomoda , não é o fato das pessoas digladiarem-se em busca do "Santo Graal" do tema; mas sim a falta de qualquer conhecimento minimamente básico sobre o tema discutido, o que leva sempre a extremos. 
        O termo “laico”  tem sua origem etimológica no Grego “laikós” que significa “do povo”.  O laicismo é uma doutrina que defende a ausência de qualquer obrigação (e não necessariamente obrigatório a ausência!) de caráter religioso (independentemente da visão particular de cada um sobre o que seria religião) nas instituições governamentais. É uma posição que visa a laicidade, ou seja, a não intervenção da religião no Estado.  Tanto quanto do Estado na religião.
        Quando fala-se em Estado Laico, trace a ideia da neutralidade – e não do parti ou antipartidarismo - sobre questões religiosas.  Deve haver liberdade para os cidadãos manifestarem a sua fé religiosa, qualquer que ela seja, sem que haja controle nem  imposição de uma religião específica.  Tanto pouco interferência sob quaisquer alegação “social”.  
        Bom, dito isso, virão alguns apontar-me o dedo, mandar-me à inquisição, pegarão em tochas e antes de amarrarem-me num tronco pra ser queimado, alumiar a noite, gritarão a plenos pulmões, pro Facebook, Twitter, Youtube, e até pro falecido Orkut ouvir : "BRUXO, HEREGE ANTI-CRISTO !!! " (rssrsrs .   Não , não sou ateu,  sou protestante reformado, e sim, defendo completamente o Estado Laico!!
       Como dito anteriormente, num Estado Laico, nenhuma religião tem predominância - num país continental tal qual o Brasil, impor uma religião "oficial" em pleno século XXI seria no mínimo uma imprudência, afinal segundo o último levantamento do IBGE, cerca de 85% da população declarou-se cristã (ao que em torno de 60% de católicos - praticantes ou não - e 40% de protestantes) algo em torno de  13 a 14% divididos em várias outras religiões – islamismo, judaísmo, budismo, etc -  e um número bastante inexpressivo (estatisticamente) de ateus e afins, o que demonstra no mínimo, que faltaria Quórum pra ter-se uma média da religião mais professada, pois impossível é separar e quantificar precisamente "praticantes" de "simpatizantes" ou "acomodados". Porém esse fato pra muitos, demonstraria a necessidade (ou até a obrigatoriedade) de termos um Estado Confessional, pois segundo muitos o dizem, as raízes brasileiros estão TODAS fundamentadas numa única religião, e por isso só, TODOS os brasileiros deveriam admitir a mesma fé (fé essa que é algo além de religioso, é também filosófico e psico-comportamental, dizendo respeito tão somente a quem a professa).
        Muitos, ainda na justificativa de um hipotético Estado Pró Religioso, alegam (embora não sem justificativa) que vivemos num Estado Anti-Religioso. Porém cabe aqui alguns fatos que fogem ao conhecimento de muitos: Na explicação acima do que seria Estado Laico, um dado extremamente importante passa desapercebido da maioria – ignorância essa partilhada igualmente entre defensores dos extremos; do Confecional ao Anti-Religioso –  o Estado Laico é o único que permite debates – ou a abstenção dele - sobre qualquer que seja o tema

     Isso porque quando versa-se sobre o tema religião,  seria necessário também uma análise do que de fato venha a ser; tenho aqui uma definição de religião e já voltamos ao cerne do artigo:

Religião é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais. Muitas religiões têm narrativas, símbolos, tradições e histórias sagradas que se destinam a dar sentido á vida ou explicar a sua origem, do universo e seu fim . As religiões tendem a derivar conceitos (próprios) da moralidade, da ética, das leis religiosas e de estilos de vida, enraizado em suas ideias sobre o cosmos, a natureza humana e a presença ou a ausência de uma divindade.
     
       Voltamos. A instituição do Estado Laico não separa apenas o organismo Religião do Estatal; mas sim impõe que o Estado não seja DOUTRINADOR; não tenha preferências politicas, partidárias nem oligárquicas; afinal etimologicamente traz o significado que impõe que o Estado seja DO e PARA o povo, e não pra grupos ideológicos, religiosos, políticos ou econômicos.  Juntando a isso o entendimento de que o termo religião é muito mais abrangente do que imaginado, passaremos a entender que pra muitos, conceitos e estruturas politicas, tais quais o comunismo, nazismo e outros "ismos" também podem ser considerados religião. Afinal, cada um pode acreditar no que quiser!  Por exemplo, num Estado de fato Laico, alguns absurdos impostos pela máquina doutrinária governamental,  seriam refutados antes mesmo de serem apresentados; um exemplo disso é a doutrina marxista atualmente imposta pelo MEC, ou então o culto imoral ao nu, imposto pelo tal ministério da cultura, ou ainda, as mentiras em formato de pseudas realizações do governo, que nos são impostas pelo Ministro Goebbels........ ops, Ministério da Propaganda "Oficial"...


     Vale ressaltar que um Estado Secular não implica a eliminação da religião; o Estado Laico deve garantir a liberdade religiosa, respeitando os traços religiosos culturais e da tradição do povo. A fé e a descrença são direitos naturais inalienáveis ao ser humano e não se relaciona com a noção de Estado. Estado Laico não pode, em nenhuma hipótese, nortear suas decisões, em qualquer dos poderes, por alguma doutrina religiosa, seja qual for; tais decisões são norteadas sempre pela lei, nunca por posições religiosas, filosóficas e pessoais.



     Não teríamos, por exemplo, de ter que aprender sobre algumas religiões específicas, que satisfazem o politicamente correto imposto, em especial as que tem por origem do ou no período escravista, em nome de uma pseuda cultura (porque se formos obrigados a estudar algo de forma tão específica, como por que não aumentar a abrangência e estudar também sobre Flavio Josefo, Maomé ou Santo Agostinho?).

  Se passássemos a entender esse fato a fundo, teríamos ferramentas mais que suficientes pra combater a doutrinação imoral imposta aos nossos filhos;  apoiando o Estado Laico de fato, forçaríamos esse Estado a deixar de ser intervencionista, respeitando a liberdade individual e de escolha; imporíamos limites a esse Estado absurdo narco-fascista (e com fortes tendências ao comunismo); abriríamos de fato espaço pra discutirmos a república golpista imposta, e todo o seu positivismo que vem na garupa!!!  E trazendo especificamente esse fato a realidade da luta pela conscientização da importância vital a nação da Restauração do Império  Brasileiro, num sistema monárquico parlamentarista, aliado a um sistema de governo federalista pleno,  teríamos um aliado importantíssimo: teríamos o foco na forma de Estado e do sistema de governo , ao invés de nos concentrarmos em questões periféricas e de caráter intimo e pessoal; fatos esses que são mais que suficientes pra vencer-se qualquer debate, afinal apenas através do poder Moderador exercido pelo representante do Estado, torna possível a autonomia plena e a pacificação entre os poderes, o que permitiria as reformas que o Brasil tanto precisa, afinal por mais que os interesses político-partidários continuaram a existir, seus poderes oligárquicos estarão enfraquecidos, pois não conseguiram impor-se ao Estado; serão impostos por ele! E lembrando, o monarca não tem coligações, o que o coloca acima dos interesses partidários, restando a ele o interesse pela perenidade e continuísmo desse Estado, afinal serão seus descendentes que ascenderão ao trono.  
      
       E pra terminar esse ensaio, fica uma última consideração a nós monarquistas: o Estado Absoluto já não existe mais!!! Então afirmações tais qual Luiz XIV fazia "L'État c'est moi" (O Estado sou eu!) não cabem no nosso discurso e realidade! Afinal, numa monarquia parlamentarista, o imperador REPRESENTA o Estado, estando subordinado a Constituição tal qualquer outro cidadão!! Ou seja, o imperador terá assegurado tal qual qualquer outro cidadão o direito a opinião, só que essa opinião, fruto de entendimento pessoal, filosófico e até religioso, não será propagandeado como Decreto Imperial!! Ninguém será obrigado passar a pensar igual!!

      Quando entendermos de fato essas questões, passaremos a lutar mais com foco e seriedade, e com toda certeza, galgaremos lugares nunca antes imaginados..... a Restauração do Império não pode ser vista como uma utopia; a esperança e luta por e pelo Ideal devem fazer parte da vida de cada monarquista; tal como uma marca indelével em cada coração, em cada peito!!! Avante monarquistas, o Império depende de vós !!!


#ConselheiroFelipeRocha

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